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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Dias

Descobri hoje os 3 dias da Vida:
Passado, Presente, Futuro.
Descobri, hoje, que sabemos dois,
que o terceiro é incógnito, ingénuo, imaturo.
Descobri que um é dia que acontece,
e que outro é dia que já foi.
Descobri que um é dia de quem esquece,
e que outro traz um sorriso, ou às vezes dói.
Descobri que o Sol de um é a Memória,
e que o Sol de outro é a Vida.
Não descobri o Sol do terceiro,
que esse dia é mensagem não lida.

Não vê o terceiro
quem esquece o segundo.
Quem vive no primeiro
perde noção deste mundo.
Não vê o segundo
quem se angustia pelo primeiro,
quem anseia pela mensagem seguinte
e não enxerga o mistério do terceiro.
E que maravilhoso é esse não saber,
que enternecedor é esse reviver,
que desesperante pode ser esse anseio
de tão bom que é, às vezes, o primeiro
que esquece o Sol da Memória de se pôr,
Para que nasça na Vida o terceiro
quando a Vida desse segundo, Memória for.

Há um rio nesse caminho incerto
De três dias que a Vida mostra,
é água corrida que não volta ao mar
e pérola colhida que não volta à ostra.
É sola gasta, que não fica no pé,
é aroma suave que se perde no ar.
Há um rio nesse caminho da Vida,
o Rio Tempo, de nascente escondida,
que só sabe fluir, não sabe parar.

E nos três dias que tem a Vida
Existem três horas que em mente quero ter:
a primeiro do Passado
que à última do Futuro se liga,
e a hora do Presente, a que chamamos viver.

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